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Bolsonaro e Lula estavam polarizando a eleição de 2018. O deputado-militar era até então o nome forte que a extrema-direita tinha para barrar o petisa nas urnas. Com a prisão do líder de esquerda, agora o leque de opções se abre, a balança tende a ficar mais equilibrada e o parlamentar passa a ter menos serventia na corrida eleitoral.

As pautas anti-liberais de Bolsonaro não agradam em nada ao mercado. Ele já defendeu iniciativas como a criação de um cartel internacional da produção de nióbio, a não-privatização do Banco do Brasil e a manutenção do controle estatal na educação, entre outras coisas. Em áreas como energia e defesa, propõe que o governo mantenha ações das empresas, com poderes especiais.

Bolsonaro precisava da “ameaça Lula” para aglutinar fiéis. Agora, tornou-se o candidato ideal para os rivais no segundo turno. Apesar de ter quase 30% das intenções de voto, tem rejeição alta e grande parte do eleitorado aceita votar em qualquer candidato que não seja ele.

Em tempo, vale registrar que pelo menos 14 nomes já se colocaram publicamente na disputa. Os direitistas e centristas terão à disposição o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai disputar a vaga pelo PSDB; o senador Álvaro Dias será o candidato do Podemos; a ex-senadora Marina Silva vai disputar a Presidência pela terceira vez consecutiva, pela Rede; o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ) é o pré-candidato pelo DEM; o economista Paulo Rabello de Castro vai representar o PSC; João Amoêdo é o candidato pelo partido Novo; e o MDB deve ir com o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

Já a esquerda terá o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, que vai representar o PDT; o PSOL decidiu lançar a pré-candidatura de Guilherme Boulos; a deputada estadual do Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila, será a candidata pelo PCdoB; o PSTU lançará uma chapa com a sindicalista Vera Lúcia; e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa pode ir pelo PSB. Fica faltando apenas o PT se decidir se vai com Fernando Haddad ou com Jaques Wagner.

E ainda sobram algumas bizarrices: José Maria Eymael (“Ey, Ey, Eymael, o democrata cristão”) vai concorrer pela quinta vez pelo PSDC; Levy Fidelix, da frase “aparelho excretor não reproduz”, vai mais uma vez pelo PRTB; e o senador e ex-presidente da República Fernando Collor, que dispensa apresentações, vai concorrer pelo PTC.

Bolsonaro terá trabalho.

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