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Foto: Reprodução / CNN Brasil

Em 9 de janeiro de 2020, o governador Rui Costa (PT) enviou para apreciação na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) o Projeto de Lei que previa o fechamento do Colégio Estadual Odorico Tavares e venda do seu espaço, no corredor da Vitória, em Salvador.



Na época, Rui alegou que o dinheiro seria usado para maiores investimentos na área da educação, como a abertura de outros colégios em Salvador e em cidades do interior. O gestor ainda disse que a pouca quantidade de alunos matriculados na unidade (308 estudantes) era um dos motivos para o fechamento e reaproveitamento da área para outros fins. Ainda assim, o governador foi alvo de críticas, não somente de opositores, mas também de aliados, como a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), única da base a votar contrário ao projeto, e a deputada federal Lídice da Mata, além de ser constatado que o Governo do Estado havia reduzido o orçamento da escola em quase 70% em 2018, dois anos antes do pedido de autorização da venda.

“Eu penso que equipamentos de qualidade podem e devem estar onde o povo mora. Na polêmica, fico do lado do povo, de onde eu vim. A escola serve de referência não somente para aprendizado stricto sensu, serve para a prática cultural. Um equipamento educacional em comunidade pobre tem uma função social extraordinária porque vai ser usado nos 365 dias no ano, não apenas nos dias que tiver aula. Salvador praticamente não tem equipamento de convivência social nas comunidades pobres”, justificou Rui na ocasião, em entrevista a uma emissora de rádio.

Na tentativa de evitar o encerramento das atividades na escola, estudantes e funcionários ainda chegaram a ocupar o lugar em duas ocasiões: A primeira em 5 de dezembro de 2019, chegando a causar mudanças no tráfego da região. A segunda em 21 de janeiro, em um protesto pacífico. Mas, as manifestações não surtiram nenhum efeito sobre a decisão do governo.

Com todas as críticas e o voto contra do bloco de oposição, a autorização da venda acabou sendo concretizada, na noite de 27 de janeiro. Votaram contra: Targino Machado (DEM), Olívia Santana (PCdoB), Sandro Régis (DEM), Kátia Oliveira (MDB), Pedro Tavares (DEM), Alan Sanches (DEM), Luciano Simões Filho (DEM), Paulo Câmara (PSDB), José de Arimateia (Republicanos), Jurailton Santos (Republicanos), Hilton Coelho (PSOL) e Tiago Correia (PSDB).

Já no dia 29 do mesmo mês, o governador sancionou a Lei, juntamente com os secretários Bruno Dauster (Casa Civil); Edelvino Góes (Administração); Walter Pinheiro (Planejamento); Manoel Vitório (Fazenda); Jerônimo Rodrigues (Educação) e Nelson Pellegrino (Sedur). Após a sanção de Rui, o Projeto de Lei ainda chegou a ser alvo de uma ação na Justiça, movida pela advogada Juliana Caires, que apontava irregularidades na permissão da venda.
Desde então, pouco se falou do destino do espaço onde funcionava um dos principais colégios públicos do estado, que havia sido inaugurado em 1994, pelo então governador Antônio Carlos Magalhães (PFL).

O Política ao Vivo entrou em contato com a assessoria de imprensa do Governo do Estado, que disse que a Secretaria de Educação poderia repassar as informações sobre o lugar. A Secretaria da Educação, por sua vez, explicou que a demanda sobre a área onde funcionava o colégio não é mais de sua responsabilidade. A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Administração estadual, que não respondeu até o fechamento da matéria.





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